POEMA NATURAL

Data 24/06/2010 09:48:08 | Tópico: Poemas

Rasgaram-se as carnes
ao grito de guerra
e em dores de partida,
ânsias de chegada,
fez-se luz nascida
a vida anunciada
pelo estremecer da terra
de véspera arada.

E no peito arfante
um coração cansado
explode emoção,
como se o descanso
tivesse chegado
(que leda ilusão!)
e com ele o amor
há tanto esperado!

E o poema faz-se,
em entrega e sangue,
a poesia acontece,
escrita e exangue...

Rasgam-se cordões,
cravam-se raízes,
e é tudo tão simples,
tão natural,
quanto o momento
intenso e fecundo
em que uma mãe põe
um filho no mundo!...



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=138619