chuvas a r.

Data 24/06/2010 21:36:46 | Tópico: Textos





nunca pensei no seu nome como uma ilha. sei hoje que todas as aves a ele vão dar por ter o peito em migalhas. às vezes penso-o como uma flor, esquecida noutra estação, talvez outono, junto ao outeiro com o caule a apodrecer. claramente o vejo flor sem hora. à espera que uma brisa forte o leve daqui para mais perto do sítio de cair. onde morrer. dias de chuva e r. sentado neles, com os pés dentro de nuvens de lágrimas, a boca semi-aberta a falar, numa outra língua, a língua do coração, a que atravessa o peito de um lado ao outro do corpo, sobe a garganta e surge do céu da boca, com um homem todo nela.









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