
hoje
Data 25/06/2010 12:50:29 | Tópico: Poemas
| hoje o meu corpo calou-se.
rajada de vento, passando,
breve uivo,
e depois só o silêncio.
escuta: não ouves o nevoeiro? deitar-se em lençóis de terra a aconchegar-se tão meigo, a tomar-te de mansinho?...
o meu corpo está calado. e os meus olhos em cinzento não ostentam qualquer brilho nem sentem o nevoeiro.
ouve: não é um bater de asas ali no mar bem profundo? não é um motor de traineira ... peixe em rede, gaivota?
o meu corpo está parado.
desfilam nuvens difusas em absoluto desdém
o meu corpo está soldado fundido em ferro e calado
vaga o casco do meu barco na aleatória maré no vai e vem está parado, não tem força nem tem fé não tem mão sequer tem pé.
|
|