A noite das cores

Data 28/06/2010 19:32:20 | Tópico: Poemas

Abarco as cores deste bar taciturno
Os ocres de sangue em veludos coalhados
Ao som de um “besamemucho”
E de outras tantas canções “bonitas”

A morte continua a meio da bebida
Num compasso de espera fedendo a cinzento
Em fumos de um fogo extinto
A morte continua

Vejo Marylin retratada a um canto
O rosto, a preto e branco, é tristeza
Claridade indecisa, funda, serena
Perdida para sempre ao dizê-la

Oh! Morrer-se jovem, desejada!
O vazio intenso mantém-te suspensa
Como o infinito empurra este mundo
Cremar-te-ei em fogo impoluto

A voz de um anjo perguntou por meus sonhos
No meu peito, ao rubro, perguntou por meus sonhos
No peito esta casa habita comigo
E a solidão cumpre-se em todas as cores

Há melancolia em todas as cores
Nos ocres de sangue em veludos coalhados
“Besame mucho”
E muitas canções


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