
Coisas do sabor entre lençóis
Data 28/06/2010 21:37:32 | Tópico: Poemas
| O doce sabor que salga o amor degusta-se dentro de uma malga sem cor evitando-se usar o talher, sempre frio, que se encosta, vezes a fio, ao esmalte raro da dentição hiper-sensível de quem já viveu para lá do crível.
Que coisa tão sentida e sem definição, que coisa tão indefinida por definição.
O doce sabor solda-se ao enrubescimento que encarna na pele do sentimento. Tocam-se mordeduras a arranhar os gemidos, os sonidos enluvados, estremecidos, o resvalar entre saliências e reentrâncias toca-se tudo para longe, bem longe das distâncias.
Que coisa tão sentida por definição, que coisa tão afirmada e sem indefinição.
O doce sabor lateja em todos os olhares, cúmplices e companheiros, nos toques pares, no rosto vivo de todos os pontos descobertos, na vontade de encostar em porque “sins” certos e até o cheiro ao deixar latente o sal que escorre num deleite, deixa-se ficar e não morre.
Valdevinoxis
(revisto, publicado em 27/06/2008)
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