
TRAVO AMARGO
Data 09/07/2010 15:31:02 | Tópico: Poemas -> Introspecção
| Cigarro após cigarro travo o fundo amargo do tabaco.
Cinzeiro cheio diz de minha ânsia sem precedentes.
E o sabor do café morre maduro no meu palato.
Por certo procuro algum bem estar, que não vem.
Na rua as pessoas passam indiferentes a tudo isto
e eu me conformo diante do espelho obtuso.
Não é o que eu queria mas é o que tenho e vejo-me
limitado ao sonho precoce que nunca é como eu desejo.
Acendo outro cigarro e bebo um gole de café frio entretanto.
Tento fazer um poema mas as palavras fogem-me
e eu não consigo seguir seu raciocínio lógico e prudente.
É certo que este calor que resolveu aparecer
não veio fora de horas e eu que detesto o cheiro do suor.
Sou prepotente quando penso que isto só acontece a mim.
Mas eu não queria nem um único cigarro, que me mata lentamente.
Sou sobrevivente e não deixo meu destino por mãos alheias.
Vou-me embora a poesia já disse o que queria.
Só eu não sei se disse o que gostaria de ter dito.
Enfim eu não sou perfeito terão de se haver com o que escrevi.
Jorge Humberto 08/07/10
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