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 No sótão da almaData 16/07/2010 17:28:52 | Tópico: Poemas
 
 |  | Moro nas águas-furtadas
 dos poemas que agasalho
 junto à surdina do coração.
 
 Aquém do telhado
 há uma telha lascada,
 sofrida e calada,
 por onde o céu entra
 e cobre o tecto ao sentimento.
 
 No sótão da palavra
 descruzo as linhas embaraçadas
 do pensar... e sem voz,
 com os olhos escrevo
 páginas das vidas que moro
 nas águas-furtadas da alma,
 cativa das dores sem rosto
 e das ironias que o destino ama
 preso ao corpo, cativo de risos
 pelos sargaços do sono,
 palpitantes lembranças ferozes
 desse corpo amante e enamorado
 na forma das horas...
 
 Moro nas águas-furtadas
 do meu regaço,
 no olhar esbanjado pelo desejo
 que tenho de multiplicar as cores
 e os dias assim,
 no enfim da paixão que guardo
 dentro da carne
 só para mim e para ti.
 
 
 
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