ENXURRADA DAS ALMAS

Data 17/07/2010 01:31:40 | Tópico: Poemas

Ainda hoje te ouço, Carlos
e, mais que ontem, Drummond,
se os olhos aprendessem a chorar
teríamos um segundo dilúvio
e esse teu poema seria levado
pela enxurrada das almas,

e durante, e após o aguaceiro,
restariam gentes,
novas gentes,
à fazer poesia novamente.

Mas não chove;
o tempo é de secura,
não há enchentes
e as ruas são vazias,
apesar das gentes.



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