
ALMAS SEDENTAS
Data 17/07/2010 04:45:34 | Tópico: Poemas -> Amor
| Lembro-me como hoje num destes dias na Barra da Tijuca Minh’alma saiu a te procurar Respirando névoas de gás neón E como se estivesse desnorteada corria maluca Morta de anseios, sedenta para amar
A tua alma que sempre foge de mim E se esconde nos breus das avenidas Ó quantas vezes á luz da lua tentei evadir-me Eu não tenho razões para existir assim Eu preciso cicatrizar em meu peito estas feridas
Que corroem segundo por segundo os meus desejos É um mistério singular, pois quanto mais me disfarço Nas labaredas deste fogo que queima os meus lábios A minha boca padece de secura pela falta dos teus beijos E o meu peito geme solitário sem os teus abraços
Minha alegria que outrora sorria, chora de tristeza sem os teus encantos De todo amor, de toda procura restou-me apenas um passatempo Para consolar-me nas longas madrugadas Ou para enxugar as lágrimas dos meus prantos Viver tentando tirar a sua alma do meu pensamento
Ó quantas vezes nossas almas sedentas se amaram ao albor da aurora Ó quantas vezes elas foram se fartaram de desejos que nasciam de repente Hoje só restam marcas de você Vivo sem consolo desde o dia em que você foi embora Mas tenho a plena certeza: Ninguém irá amá-la como eu te amei desesperadamente
Só Deus conhece a minh’alma sedenta e todo o seu segredo Ás vezes quero voltar ao passado e com o coração na mão Penso, repenso e penso outra vez... Mas a grande verdade é que eu tenho medo Que mesmo a minh’alma morrendo de sede de amar ouça um não!
Escritor Acadêmico Jailson Santos
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