
Pobre de ti amigo
Data 06/08/2007 18:44:57 | Tópico: Poemas -> Sociais
| Pobre de ti amigo... Que confunde a fome com a vontade de comer, Que confunde a vida, com a necessidade de viver. Que tropeça em seus passos, nos pés cansados, Próprios pés...Mas de caminhos escassos... ~ Pobre de ti amigo... Que mora em casebres, entre outras palafitas, São casas tão feias, casas tão esquisitas... Com paredes de caixotes, telhados de papelão, Com piso de chão batido, e cômodos sem divisão... ~ Pobre de ti amigo... Que vive entre a ignorância e a razão, E que já não entende o sim e o não... Mas pena nas suas incertezas abundantes, Perdido nas cenas de seus instantes... ~ Pobre de ti amigo... Que mendiga seu pão sobre as calçadas, Que sobrevive de moedas e mais nada... Seguindo com suas roupas rasgadas ao frio, E virando o lixo misturado ao meio fio... ~ Pobre de ti amigo... Que bebe até o seu ultimo trocado, Que anda caindo pelas ruas drogado, E sendo marginalizado por sua condição, De morador de rua, e homem sem instrução... ~ Pobre de ti amigo... Que aceita a vergonha de ser si mesmo, Que esqueceu de brigar por seu sesmo Pois não se viu no tempo, pondo-se alienar, Ficando velho, mesmo sem ver o tempo passar... ~ Pobre de ti amigo... Que já não sabe se vive ou prefere não viver, Deitado nas esquinas, com sua carniça a feder, Nos narizes dos respeitados cidadãos, Da cidade de mil pecados, mas sem nenhum perdão... ~ Pobre de ti amigo... Pobre de tua mãe, de teu pai, e de teus irmãos, Pobre de teus filhos, perdidos na contramão... Destas ruas que lhes deixará como uma herança, De quem não teve nada na vida... Nem esperanças
Uma mini-crônica sobre uma segunda chance
Eu queria poder ter o dom de esparramar sorrisos, doar alegria aos tristes, saúde aos doentes, e nestes instantes, eu queria ser um pouco Deus. Não queria distribuir moedas, mas trazer um pouco de fartura a mesa de quem tem fome. Basta olhar um pouco a nossa volta e acabamos por notar que estamos rodeados deste tipo de pessoas “os famintos”, e esses todos ainda tem a maior das fomes, que é a fome de justiça. Mas a justiça é doce, e enche de cárie o dente de quem consegue um pouco de seu néctar, pois a justiça não parece ser para todos. É estranho ter que pensar assim, mas nas variantes que nos levam de casa para o trabalho, e do trabalho para casa, e que nos fazem perceber que muitos não têm nem trabalho, muito menos casa. E estes estão esparramados por todos os lados, é uma epidemia urbana, cresce todos os dias, cresce todas as horas... A cada minuto, e quem somos nós para mudar isso? Não somos NADA! Pois quando podemos, alguns de nós ainda conseguem jogar a chance fora, são aqueles tipos de pessoas que conhecem o ladrão, e não se sentem lesadas ao serem roubadas pelo mesmo. E se vocês não se importarem, cada vez mais existiram políticos mal intencionados a nossa volta. E com eles, toda essa degradação social que presenciamos a cada dia.
Atenciosamente, Marco Ramos
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