
«« Homens do Alentejo ««
Data 17/07/2010 21:48:02 | Tópico: Poemas
| Homem de olhar trigueiro Tez de canela e avelã Porte altivo, não é coisa vã Sua mão calejada no mês de Janeiro
Vive da terra, na terra morre Parte pra longe mas sempre volta Por mais que sorte lhe seja torta Em passo lento, depressa corre Traz na bagagem sonhos idos Levou aos ombros tantos gemidos De um Alentejo esvaído em sangue Fugiu da guerra, morreu na luta Enfrentou a sorte como quem chuta Sonhos desfeitos pelo chicote Gerou um filho, em liberdade Cantou, gritou a igualdade
Homem moreno de um chão imenso Preso no ser, no sol suspenso Carrega nos ombros a sua terra É Alentejo. És tu que geras Os filhos idos nas primaveras Lambuzas-te na terra há tantas eras
Olha o mundo, não diz nada Escuta os jovens, sorriso largo Porra gaiatos, não sabem que amargo É um homem gritar de boca fechada.
Olha os jovens, ultimo adeus São os seus filhos, são netos seus Passa-lhe a terra, num arremesso Cuidem bem dela, isso lhes peço.
Antónia Ruivo Ler mais: http://escritatrocada.blogspot.com/#ixzz0tygBXSc8
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