INSACIÁVEL POESIA

Data 22/07/2010 23:57:13 | Tópico: Poemas

<object width="480" height="385"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/oDVCDcFW-9Y& ... t;</param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/oDVCDcFW-9Y&hl=de_DE&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="480" height="385"></embed></object>

<img src="http://i39.tinypic.com/339n0hg.jpg" border="0" alt="Image and video hosting by TinyPic"></a>
INSACIÁVEL POESIA

Soltam-se as amarras
Batem ao de leve
E bailam guitarras
Afinando as cigarras
No fundo da sede.
A brisa me leva
Sem saber tricotar
A erva e o verde
Que me mata a sede
Neste madrugar.
A chuva se apaga,
De braços abertos
No fim duma vaga
Marcada na chaga
Dos passos incertos.
E salto a colina
Mergulho nos olhos
Por trás da cortina
Que trouxe ao de cima
Saudades aos molhos.
As nuvens se unem
E bradam ao céu
Os raios se fundem
Na podre ferrugem
Que me corroeu.
Invento outra asa
Tento mais um risco
No gelo da casa
Que vazia arrasa
O ser e o existo.
E durmo no acto
Embargo no feito
E assino o pacto
De ser e estar farto
Neste estar perfeito.
E cravo no torto
Toda uma mestria
O sol nasce morto
Dando reconforto
Onde não havia.

Agora eu percebo
As coisas vazias
A água que bebo
No tarde e no cedo
Não sacia o degredo
Das minhas poesias.

Regensburg
21-07-2010
Beija-flor




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=142940