- Balanço -

Data 24/07/2010 17:37:58 | Tópico: Sonetos

Depois de tanto vacilar me distancio
De tudo que o humano em mim se apegava;
E largo agora dessa mão que me amparava
Em meu caminho protelado, doentio.
Cambeteio por entre as pedras da estrada,
Equilibro-me na navalha em fino fio;
Vendo o medo que preenchia meu vazio,
Ir, aos poucos, se transformando em quase nada.
Se tantas vezes nos prendemos por receio
Da solidão; (Remédio amargo dessa vida)
Ignoramos sua face necessária.
Estar sozinho é encontrar-se sem rodeio
Com o que existe na chegada e na partida;
É o balanço dessa vida temporária.


Frederico Salvo


(republicado)


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=143203