o vento nunca sopra frio...

Data 25/07/2010 17:53:53 | Tópico: Poemas

sempre quis uma palavra
que não envelhecesse
não o bastante para se sentir incomodada

o frescor do papel sob as mãos
a emoção
os ruídos, o cheiro

num papel que fosse grama
onde pudesse correr, beber, respirar
onde a caneta abrisse caminho
e usasse sempre azul

chegar bem perto da palavra
e depois vê-la correndo na multidão
continuando a ser um desejo
depois
querer voltar e não saber como

sedentas por passado
se sentarem de camiseta sem manga
quase uma tarde toda
e as lembranças serem tão marcantes
que terão que levá-las de seus rostos

jamais serem apagadas como uma lousa
e voce, se sentir tocado
como se fosse seu filho

envolver seus braços nela
até o poema ser só um brilho
em seus olhos...


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