do lado da tralha

Data 27/07/2010 19:26:29 | Tópico: Textos

O dia trazia sempre aos ombros um pedaço de saudade, do lado de lá do mar, e, perdido do tempo, bocejava distraído de encontro à janela do país inteiro. A passos largos assaltava a casa toda, acordava as paredes, os tectos e o chão começava a mover-se, por entre as persianas clareadas. As árvores saíam dos quadros e mostravam frutos cheios de cor que rolavam dos ramos e caiam no cheiro do ar. Esfomeado das horas, o dia acertava o relógio ao espelho e mordiscava um raio de sol partido de encontro à soleira da porta. Desenhava os degraus das sombras, enchia o estandarte de castelos mouriscos e subia ao palco da coragem iluminando os heróis antigos lendo um poema vermelho sangue à direita do coração. No fim descobria a esperança que preguiçava do lado da tralha e hasteava-a. Nunca ninguém se aproximou para entender as cores. Talvez por isso o verde ande tão desbotado.
O dia trazia sempre aos ombros um pedaço de saudade, do lado de lá do mar, e, perdido do tempo, bocejava distraído de encontro à janela do país inteiro. A passos largos assaltava a casa toda, acordava as paredes, os tectos e o chão começava a mover-se, por entre as persianas clareadas. As árvores saíam dos quadros e mostravam frutos cheios de cor que rolavam dos ramos e caiam no cheiro do ar. Esfomeado das horas, o dia acertava o relógio ao espelho e mordiscava um raio de sol partido de encontro à soleira da porta. Desenhava os degraus das sombras, enchia o estandarte de castelos mouriscos e subia ao palco da coragem iluminando os heróis antigos lendo um poema vermelho sangue à direita do coração. No fim descobria a esperança que preguiçava do lado da tralha e hasteava-a. Nunca ninguém se aproximou para entender as cores. Talvez por isso o verde ande tão desbotado.



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