Água tesouro no calor

Data 03/08/2010 15:13:17 | Tópico: Poemas

Sede que não se detém
Por entre o abraso do quente
Calor que estabelece o passo lento

Sortilégio da conveniência
Estático permanecer sem guarida
Da sombra que não existe nem se vê

Tornear que se mantém
Motivando caminhar dolente
Num circuito alheio ao vento

Nada se reflecte por saliência
Nem de forma apetecida
No breve omitir do porquê

Cada um trata o que lhe convém
Nada mais há que se invente
Nem para o cidadão mais atento

Omitindo simples convivência
E retardando a obrigatória partida
Esquece quase tudo o que lê

No aperto do calor
Pelo sol altivo e belo
Se sacia o esplendor
No descalçar dum chinelo
A água tem mais valor
Não tendo sequer paralelo



António MR Martins

2010.08.03


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