Da nossa boca, se não palavras ...
Data 10/08/2007 10:35:20 | Tópico: Poemas
| Dobrei a palavra num ângulo recto, na rectidão de ser apenas linha no firmamento.
Na utopia, finjo que existo, imito o ar seco dos meus dias, no fumo de um cigarro.
No enovelado de sombras, sem rumo, rebusco a hora inacabada onde dorme a revolução desnecessária, assassina das chamas cintilantes dos voos de andorinhas.
Fecho os olhos, mordo as estrelas na carne já azul de um mar a sul do teu olhar. Nos cilícios dos corvos negros encontro os teus gestos e os temores da onda em cicatrizes rugentes da minha pele.
Da nossa boca, se não palavras, despontam agora contundentes seculares raízes.
|
|