SENHORAS DE UM HOMEM SÓ

Data 06/08/2010 20:53:37 | Tópico: Poemas

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SENHORAS DE UM HOMEM SÓ

Dizei-me lacrimal senhora
Quantos traços tem meu rosto,
Que tristezas tem quem chora
Do madrugar ao sol-posto?
Vejo a dor em mim espaçosa
Pétalas murchando na rosa.

Dizei-me senhora que lavas
Como se perpetua à brancura
Numa alma suja de nadas?

Dizei-me senhora loucura
Se mil bateres serão pouco?
Em que lugar cresce e perdura
Este amor longe da cura
Que me vai mantendo louco?

Dizei-me senhora saudade
Em que resguardo de mar
Ficou presa a vida tarde
Na vontade de alcançar?
Perco-me, não sei de mim
Numa fadiga sem fim.

Dizei-me senhora da esperança
Senhora da ternura e do amor
Das aflições, da confiança
Senhora dos prantos e da dor.
Quantos passos dei trocados
Senhora dos condenados?

Dizei-me senhoras, confesso
Num desespero imortal
Cada dia é um regresso
A este presente infernal.
Sou algo nunca pensado
Como um Ser,
E ser amado.

Regensburg
04-08-2010
Beija-flor



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