sem modo de usar:

Data 11/08/2010 01:43:37 | Tópico: Poemas

fica tagarelando pelo apartamento
acredita mais do que gostaria de lembrar
(um dia que vai vir depois de tudo)

aprende o jogo tão rápido
quando se muda as regras
que briga com ela o tempo todo
como se fizesse amor no sábado
e no domingo fosse se confessar

anda diante dos olhos
como cigarro que não se apaga
junto à noite que não dorme ao seu lado
...segue um telefonema
"distintamente" interessante

procura em volta
por aquele segundo lá atrás
em que existia outro lado dela
olha em todos os lugares
(a geladeira vazia)

retira dinheiro
retira o sorriso do rosto
se torna imigrante na fotografia

o silencio ainda é mais alto que seus gritos
o suor puxa a segunda garrafa de vinho
se pergunta como a vida consegue ser tão gentil
(ao dizer não)

joga fora o cigarro
apaga com o pé
e a dor afinal escorre pelo cigarro apagado

gira a maçaneta
seus pensamentos vulneráveis ao roubo
"dentro" se torna um lugar áspero para se viver

se espalha pelo espelho
entra sem sair...
às vezes parece que ela está se construindo.
a dor está na mente...

(vai gritar tudo)



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