SAÍDA À FRANCESA

Data 16/08/2010 22:51:14 | Tópico: Poemas



SAÍDA À FRANCESA

Vago por becos, avenidas
Entre morros e veredas
Sem destino ou partida
Liberto de quaisquer presas
Lotado de pululentas feridas
Aceso em imensas labaredas
Evitando pegar na lida
A mente de vampiresa
Esperanças desenxabidas
Mimetizo o bicho-da-seda
Mendicante alma perdida
Troncho por alamedas
Fartos goles de bebida
Uivos de raposa-bêbeda
Reteso em força desmedida
Acertou-me em cheio a surpresa
Cortei a árvore-da-vida
Colei em perna da mesa
Enxergo pouco na descida
Já que a vela não está acesa
Piloto um avião-suicida
Destruído em auto-defesa
Em vários gomos dividida
Sugo o sumo da laranja-azeda
P'ra que não haja despedida
Saio do mundo à francesa...



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=146027