O que as vezes sobra de um jardim...

Data 12/08/2010 19:51:54 | Tópico: Poemas

Tantos reis depostos
por cornos supostos
inconfessos!
Tantos prantos em prosas
e em versos,
esvaídos pelas mãos,
estilhaços, migalhas de pão
comidas,
dores roídas
em vão.

Por causa
desta ave que voa sem pausa
chamada imaginação!

"Cada um sabe o que vive."
Cada "sim", cada "não"
cada uma sabe de si
de por onde andou sua mão.

Portanto,
cale-se se não sabes do canto
não canta desencanto
do que não cantou.
(e nem encantou).

Fica-te em teu canto
recolhe-te ao teu pranto
enrola-te no manto
que tua insegurança criou.

Pena, apenas: PENA!
É o que sobra: "O fim"
Do que um dia foi um jardim
florido de açucena
pena, sobra-me apenas a pena
e as palavras de minha pena
que afastam-te enfim de mim



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=146045