
QUANDO DE TI ME LEMBRO
Data 13/08/2010 14:00:21 | Tópico: Poemas
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QUANDO DE TI ME LEMBRO
Quanto de ti me lembro A primeira coisa que me vem É de como já faz tempo, E como este tempo fez-me bem...
Atesto que não mais possuo Aquele talento artista, Delicado, meticuloso, Para reconstruir em detalhes Teu rosto no fundo negro De meus cerrados olhos Pois que está tudo claro E, por hora, enxergo...
Teu semblante agora é arquitetado Em extensas e densas nuvens Em céu chuvioso e anuviado...
Mas, claro, existe sentimento Quando de ti me lembro... Ele é robusto, violento Embora a biruta Tenha mudado o norte Da cabeça, do peito, e da boca, Levando junto à outras paragens Aquele alísio de morte...
E os sensos aumentam teus defeitos... E não mais me vem, De qualquer forma ou jeito, Aqueles ótimos momentos Que sei que houveram E que se foram, corroendo lentos...
Ah... Quando de ti me lembro... Vem ainda inteiro teu nome Quando, ao largo, longe, Vociferam os ventos... Mas somente quando entoam Sibilos cruéis de lamentos...
Sim, ainda de ti, lembro... E bem relembro de mim E de como não era eu mesmo, Embora achasse que sim... Quando, anulado, me fixava Em teu suave andar bailarim...
Vá lá, certas imagens, o mínimo, reagem... A contra-gosto, outrossim, E até que destas me lembro bem...
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