DESTINOS IMPERFEITOS

Data 17/08/2010 21:24:50 | Tópico: Poemas

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DESTINOS IMPERFEITOS

De que vale no meu peito semear-te
Se nasces joio, no meu trigo entrelaçado?
E como poderei da espiga separar-te?
Tua raiz, é a mesmo onde me agarro.

E nos curvamos quando sopra o vento norte
O bem e o mal, colhendo da mesma sorte.

Somos extremos, abraçados por destino
Nos foi imposta esta lei, tão vil, cruel
No mesmo caule, corre o sangue serpentino
Esperando a medo, o rasgo abrupto do cinzel.

Dois seres, duas vidas, uma nascença
Aguardando a foice alva da sentença.

Meu joio, meu corpo em regeição
Atada a mim, esperando o corte
Unidos, na mesma imperfeição
Morrendo juntos, na mesma morte.

E chega a lança cintilante e aguçada
Eu morro, tu morres,
Sem viver nada...

Regensburg
17-08-2010
Beija-flor




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