MORTE SÚBITA

Data 14/09/2006 02:20:00 | Tópico: Poemas -> Reflexão

O amor que eu dei
Não me pertence mais.
Nada pude contra o fim que se aproximava.
O silêncio com suas diagonais
Antecedeu o golpe final,
Isento de misericórdia.
Todo amor, ao morrer,
Quer morrer suavemente,
Sem bilhetes.
E o amor que eu dei em ato solene,
Sem questionamento,
Morreu sem pecado, sem ruído,
Antes de conhecer a própria anatomia.
Privado de entusiasmo,
Morreu indeciso, sem tragédia,
Sem confusão.
Morreu displicentemente.
Como se já sentisse o maremoto
Antes das águas.
Como se já sentisse o redemoinho
Antes das folhas secas...


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