
CÁLICE
Data 22/08/2010 19:40:06 | Tópico: Poemas
| Cálice de sol e lua Pétalas de chuva e vento... E entre dulias e hagiológios Ainda lembro-me do manauês Da minha antepassada recalcitrante. Que me contava sobre os trirremes E as plagas de outrora Alertando-me veementemente Sobre o melancólico solstício. Pois sabia ela Que eles eram inertes Apesar de serem taumaturgos Não passavam de meros Opus dessa trama.
Só então entendi Que as traduções eram mudas Pois não diziam nada sobre as palavras Inventar em sua essência ‘Invenire’ Significa achar! Que ambiguidade linguística Pois até o momento em questão Eu ao menos sabia o que procurava O que procuro? Parece tão enigmático! Seria conveniente afirmar que é inefável Se eu não tivesse pensado sobre isto antes E ela não tivesse me educado Sob a carícia de duras críticas.
Então na essência isso não passa de labirinto É a mesma moléstia incurável que aflige Há tempos o dicionário! Mas ainda bem que a crônica É o torpor consciente do literário Boêmio irremediável Delicado, mas não frágil A tudo que é langoroso Triste filho de dias comuns: iriados e cinzas
Pois o homem no papel de filho Chama com amargura a mãe de prostituta Pelos seus hábitos e vícios E a culpa pelos seus possíveis traumas Enquanto no papel de neto Se orgulha pela avó ser moderna e futurista Embora ambas tenham cometido os mesmos atos Apenas uma cometeu o crime. - Que crime? Não é inocente quem é de carne! Ou será que não é? Sem mais Cálice.
POESIA EXTRAÍDA DO LIVRO "ÂMAGO" - CAPÍTULO III - SUORES.
POETA: FRANKLIN MANO - BRASIL
SITE OFICIAL www.franklinmano.com
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