now and then

Data 24/08/2010 23:20:34 | Tópico: Textos

nas velhas ruas sigo em passo apressado Vitor Hugo à conversa com Camões (nem sabia que ele também estava em Paris). creio que se contam histórias de guerras de amores e espadas, de prisões e mares revoltos, coragem e liberdade. tentam evitar os carros e o cheiro a poluição. cumprimentam Josefina, dão a mão a Napoleão, remam para Santa Helena, num barco pintado na ilusão do Sena, em direcção de Versailles, com o mar no pensamento. nas margens os estudantes escutam os poetas e lançam às águas os bancos da velha Sorbonne. acenam à morte e à bandeira, ao amor e à cidade luz. o Arco do Triunfo é um amuleto debaixo do braço, que todos levam pela Avenue Kléber em direcção ao Trocadero onde Fernando Pessoa debica um café-creme num bistrot de frente à Torre Eiffel, colocando chapéus em cada careta sua que rabisca nos seus eus (se nunca lá esteve garanto que o vi). inclina-se a Torre ao cair da noite, para chamar a si as palavras que a rodeiam, altivas e valentes. enquanto isso já lá vem Rodin a pensar na vida ao som dos carrilhões de Nôtre-Dame, onde as pombas se apressam a inteirar o crescimento no jardim anexo das couves sagradas. les enfants de la patrie acorrem de todos os bairros e cantam a Marselhesa à mistura com a Portuguesa, e todos os hinos e o mundo acena-lhes nos arabescos da praça de la Concorde. o obelisco autoriza a passagem de todas as raças e a cidade é a casa de todos, num verde tão verde, mais verde dos bosques mais verdes que Vincennes, Boulogne e Monsanto, num mundo irmanado. os grandes boulevards contam histórias de poetas, piratas, valentes, ou misérables no olhar dos pintores de Montmartre. e toda a gente lá cabe num pastis ou aguarela enquanto ao lado, imponente, no sagrado coração se ora à tolerância dos mundos de todas as cores, que se misturam escada abaixo até ao Sena, rio que traz as memórias das batalhas pela paz velada pela estátua da liberdade original de braço erguido a dizer: salut le monde libre et fraternnel aqui e agora now and then.
nas velhas ruas sigo em passo apressado Vitor Hugo à conversa com Camões (nem sabia que ele também estava em Paris). creio que se contam histórias de guerras de amores e espadas, de prisões e mares revoltos, coragem e liberdade. tentam evitar os carros e o cheiro a poluição. cumprimentam Josefina, dão a mão a Napoleão, remam para Santa Helena, num barco pintado na ilusão do Sena, em direcção de Versailles, com o mar no pensamento. nas margens os estudantes escutam os poetas e lançam às águas os bancos da velha Sorbonne. acenam à morte e à bandeira, ao amor e à cidade luz. o Arco do Triunfo é um amuleto debaixo do braço, que todos levam pela Avenue Kléber em direcção ao Trocadero onde Fernando Pessoa debica um café-creme num bistrot de frente à Torre Eiffel, colocando chapéus em cada careta sua que rabisca nos seus eus (se nunca lá esteve garanto que o vi). inclina-se a Torre ao cair da noite, para chamar a si as palavras que a rodeiam, altivas e valentes. enquanto isso já lá vem Rodin a pensar na vida ao som dos carrilhões de Nôtre-Dame, onde as pombas se apressam a inteirar o crescimento no jardim anexo das couves sagradas. les enfants de la patrie acorrem de todos os bairros e cantam a Marselhesa à mistura com a Portuguesa, e todos os hinos e o mundo acena-lhes nos arabescos da praça de la Concorde. o obelisco autoriza a passagem de todas as raças e a cidade é a casa de todos, num verde tão verde, mais verde dos bosques mais verdes que Vincennes, Boulogne e Monsanto, num mundo irmanado. os grandes boulevards contam histórias de poetas, piratas, valentes, ou misérables no olhar dos pintores de Montmartre. e toda a gente lá cabe num pastis ou aguarela enquanto ao lado, imponente, no sagrado coração se ora à tolerância dos mundos de todas as cores, que se misturam escada abaixo até ao Sena, rio que traz as memórias das batalhas pela paz velada pela estátua da liberdade original de braço erguido a dizer: salut le monde libre et fraternnel aqui e agora now and then.



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