
O Anjo das Sete Torres
Data 26/08/2010 00:28:31 | Tópico: Poemas
| Abençoado à hora certa Com um beijo na testa, O anjo sem asas cerca Sem se envolver a sensação De o ser.
Tão bom como o carinho diurno, Suave como a honestidade De tomar o rumo de braços dados Com a cidade. Que boa sensação. Pregou a sua palavra dos céus Sensata, espalhando a Boa Nova Sem precedentes pelos terrenos desmarcados. Sê forte com os fracos, Fraco com os fortes, Dependente com os irados. Depois, colhe o fruto da palavra E semeia a cruz na terra distante, Para o vento te chamar Em outro dia que não este.
O belo anjo, Tomado pelo dom da premonição, Adaptou-se à sua condição De senhor da Sua palavra. Disse-nos depois: Sou o vosso Anjo salvador, Todo-Poderoso nas questões do Bem! Abater-se-à o Mal mais violento Sobre os que me questionarem...
Ri-me do anjo, dizendo-lhe: Vê até onde isto te levou. Dançamos e cantamos por ti, Treinando para o Inferno. Dominas as Torres da mensagem, E isso fez-te um anjo quente, Com medo das asas que vestes. Escondes-te das crianças e das mulheres, Dos abraços aleatórios à tua volta, Para não veres o que não queres que seja visto À tua volta.
Vê, anjo, As complicações que vês das Torres Do entendimento. Espalha agora o sofrimento, Ciente do que te digo, A cravar-te a alma até te queimares. Vê-me cá em baixo, a olhar por ti, Como se o devesse fazer por dever. Não vou cobrir as prostitutas e os devassos Só para o fazer por fazer, Pois não os vais procurar nessa vingança. Vou-me cobrir com eles e elas Para cumprir este dever De te manter acordado para o mal Que ainda está por ser...
Desce dessas Torres, Anjo, Que o Mal espera-te sorrateiro, Mais belo e bom que o Anjo que dizes ser.
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