Muitas mortes me absorvem, julgam-me, atiçam-me chamas em flor, chamam-me muitos nomes, já acalento a seiva amarga e madura na candura do verde, tranquei-me em mim, desesperei. Abraçava de longe as miragens ocultas dos desertos secos, ardia neles sem nenhum pudor, sem cansaços ou desculpas. Não há razão para não amar. Sabes do nascer e do morrer do sol, dentro e fora de ti, sabes da pele que queima no funeral do preconceito, sabes do que se desprende na morte do pudor e da vergonha. Se sabes tudo isso, dá-te a mim, vem de uma só vez, larga preconceitos, pudores e vergonhas, instala-te no telhado da minha alma e na cave do meu coração, dá-me um sonho grisalho e um toque de suor.