| A SOLIDÃO PASSEIA NA CLAREIRA
 
 A noite chega de repente
 e traz a melancolia
 para me fazer companhia.
 Escuto os sons da rua
 e não vejo mais a lua
 da janela do meu quarto.
 Acho que ela se escondeu
 para não me responder
 o que faço eu,
 se já não sei mais quem eu sou.
 Serei a sombra de um amor
 que está morrendo de dor,
 da dor de não ter um amor.
 A solidão passeia
 na clareira,
 sob a luz da lua cheia.
 Seu vulto se delineia
 e eu a posso ver
 se enroscando no meu travesseiro,
 estendendo as mãos traiçoeira,
 me abraçando por inteiro.
 Tento gritar bem alto,
 mas nenhum som se ouve na madrugada.
 O ar está quente, abafado
 e eu sinto o suor escorrer-me pela face,
 deslizando em gotas,
 que umedecem a minha roupa .
 A solidão abre as gigantescas asas,
 e pousa sobre mim.
 Com garras afiadas,
 rasga a minha pele,
 desnuda a minha alma
 e me deixa nua.
 Sinto a pele arder,
 os olhos escurecer
 e sem poder me conter,
 acordo para mais um amanhecer...
 Sem você!
 
 
 Débora Benvenuti
 
 |