A SOLIDÃO PASSEIA NA CLAREIRA
A noite chega de repente e traz a melancolia para me fazer companhia. Escuto os sons da rua e não vejo mais a lua da janela do meu quarto. Acho que ela se escondeu para não me responder o que faço eu, se já não sei mais quem eu sou. Serei a sombra de um amor que está morrendo de dor, da dor de não ter um amor. A solidão passeia na clareira, sob a luz da lua cheia. Seu vulto se delineia e eu a posso ver se enroscando no meu travesseiro, estendendo as mãos traiçoeira, me abraçando por inteiro. Tento gritar bem alto, mas nenhum som se ouve na madrugada. O ar está quente, abafado e eu sinto o suor escorrer-me pela face, deslizando em gotas, que umedecem a minha roupa . A solidão abre as gigantescas asas, e pousa sobre mim. Com garras afiadas, rasga a minha pele, desnuda a minha alma e me deixa nua. Sinto a pele arder, os olhos escurecer e sem poder me conter, acordo para mais um amanhecer... Sem você!
Débora Benvenuti
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