<img src="
http://i28.tinypic.com/2141r3r.jpg" border="0" alt="Image and video hosting by TinyPic"></a>
NÉCTAR DOS DEUSES
Nos emaranhados garfos se curva
A cadência elegante e secular
O nu embaraçoso, tenra uva
Que se pisa, que se cruza
Que se mata e que se usa
Num jovial fermentar.
Sucumbem sobre as pisadas
Dumas cantigas brejeiras
Entre copos de gargalhadas
Elas se esvaem, esmagadas
A caminho das trincheiras.
No leito bem ensebado
Cresce a revolta em burburinho
Num ferver mordaz, irado
Explode na força, graduado
O mosto que será vinho.
E selam-se pactos e juras
De sangue, saliva ou suor
Conselheiro das loucuras
Amigo fiel nas agruras
Sempre à mesa do senhor.
Que estoirem as castanhas
Ao som do néctar sagrado
Se contem novas patranhas
Colhidas nos vales e montanhas
Afinando o velho fado.
E as noites viram folia
E dança-se sem saber
Em copos de alma vazia
Se entornam sonhos, magia
Para um novo amanhecer.
Regensburg
29-08-2010
Beija-flor