INSÓNIA PROFANA

Data 31/08/2010 20:31:06 | Tópico: Poemas

No silêncio das noites de insónia
vultos febris rondam
as areias remotas dos desertos
soterrados dentro de mim.
Salteadores sem rosto nem identidade
envoltos em turbantes de poeira
vêm, à luz de velhas tochas,
pilhar os túmulos arrefecidos da memória.

Acampam em tendas de ventania
nos vales extintos do passado;
batem com as picaretas no solo,
enfiam as pás nas fendas esconsas
e escavam, revolvem, profanam
as riquezas e misérias deste templo,
trazendo à luz anónima do luar
aquilo que estava destinado à escuridão
e às sepulturas eternas do esquecimento.



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