amorte

Data 01/09/2010 13:52:49 | Tópico: Textos

Um homem e uma mulher dentro de um lodaçal de mágoas lutam para respirar. Galgam-se e marcam-se à vez com palavras chicotadas em feridas sobrepostas. Arrastam-se presos por todos os dias passados onde ficaram de olhos pisados na agrura de serem só desencontro de braços. Outros olhos deliram e batem palmas, deitam óleo nas fendas dos corpos e incendeiam-nos com adjectivos, desdenham das suas bocas alucinadas, lambem-lhes a curvatura da dor para a acentuar. E cada um vive no ventre a faca que o outro lhe oferece. Não há como juntá-los mesmo tão perto. Não há como separá-los mesmo tão longe. São um poema de amorte.
Um homem e uma mulher dentro de um lodaçal de mágoas lutam para respirar. Galgam-se e marcam-se à vez com palavras chicotadas em feridas sobrepostas. Arrastam-se presos por todos os dias passados onde ficaram de olhos pisados na agrura de serem só desencontro de braços. Outros olhos deliram e batem palmas, deitam óleo nas fendas dos corpos e incendeiam-nos com adjectivos, desdenham das suas bocas alucinadas, lambem-lhes a curvatura da dor para a acentuar. E cada um vive no ventre a faca que o outro lhe oferece. Não há como juntá-los mesmo tão perto. Não há como separá-los mesmo tão longe. São um poema de amorte.



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