Quadrinhas da Desventura

Data 04/09/2010 13:54:57 | Tópico: Poemas



QUADRINHAS DA DESVENTURA

Tua curva erradia e infinita
Dobrei em milissegundos
E conhecidos teus mundos
Considerei-te rica e bendita

Beleza repleta de exatidão
Desvairada empreitada
De tua faustosa estada
Restou farta desolação

Achava-me em segurança
Bem distante de sua boca
Mas para esta rima louca
Não haveria uma esperança

Levado por um turbilhão
Movido por total luxúria
Despejei lasciva fúria
Verti carinho e devassidão...

Tomei relincho por belo canto
Montei charrete achando-a carro
O puro jade tornou-se barro
Foi-se quebrando o encanto...

...de teus olhos sobrou mistério
Das ancas boas lembranças
No íntimo, desconfianças
Que teu amor um dia foi sério

Causado todo o resultado
Deste descontrolado desejo
Organizado foi o cortejo
Da pobre alma deste coitado

Que por amor cego arribou
Às costas de um precipício
Ponto alto do comício
A que esta desventura levou

Quem puder que provoque
O furor cego de uma atração
Mas guarde uma boa oração
Pr’a que a razão o reconvoque

Pois quem se veste de brasa
Tem a carcaça carcomida
Perde o sutil controle da lida
Do fogo que a paixão arrasa



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=149324