
Na tibieza de uma luz pálida
Data 14/08/2007 08:21:56 | Tópico: Poemas -> Amor
| Na tibieza de uma luz pálida de Sol, na cólera áurea com se despe a noite escura, perdura agora o cheiro imaginário dos espinhos de rosas e o néctar das tílias e dos jasmins. O cheiro o gesto e o tacto do incesto andrajoso de mim e da Natureza em perscrutação de um espaço que é só nosso, na antecipação mítica do toque, do gozo - pleno, sereníssimo, amoroso -, ... no sacio da fome, da sede, no arrepio exacerbado na exactidão de colheitas amadurecidas. E contudo, no rastilho decrépito de um mundo, nas várzeas empinadas, elevam-se monstros ancorados às nebulosas das asas de morcego e no bosque extemporâneo, no bosque dos druidas, em horizontais planos, rumorejam silenciadas, lágrimas exauridas, a rolar silêncios no oco denso das pedras... Na perda, na dor, no volver de corpos adestros à noite do suor, ...do nosso amor, amado, na hora insaciada, na sede imortalizada de polvilhar estrelas nas chagas virulentas das nossas feridas.
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