Vida e sobrevida

Data 04/09/2010 16:19:25 | Tópico: Poemas

Verte-me o tempo em solo árido
Espalho-me em vulto esquálido
Vestido do que poderia, quiçá, ser
Perdendo-me da essência do viver.

Escorro-me em árduos pensamentos,
Cada um é do outro e só lamentos,
Nasço os dias como triste morte,
Morro as noites sonhando um norte.

E paro a barca! Chega! Entrego-me à sorte!
Não sou mártir, nem fera combalida
Á míngua, sem nenhum pedigree ou porte

Afasto longas teias de fibra, fingida!
Salto atrás do vento que sopre forte!
Morderei a vida, mesmo que ferida.

Não há golpe da foice, não há corte
Que me tire esta ânsia empedernida:
Respirar em pleno e livre, minha vida.
Cada queda será pedra do meu forte!


Este poema é uma trabalho conjunto dos poetas Nito Viana e Ana Lyra.
Gratos pela leitura e apreciação!



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