Já posso amar

Data 06/09/2010 11:31:13 | Tópico: Poemas

O dia amanhece...
tão lindo!
vejo o horizonte
paraíso infindo.

Pergunto na retórica
"de mim":

Porque esta estóica
tristeza sem fim?

E num raio de sol
que me beija como arlequim
sinto a cura, a dor não mais me fura,
enfim:

Estou curada de mim!

Sinto o sol e o mar
Sorrio,
O oceano abraça rio
sinto-me um braço deste corpo
sinto meu coração-porto
aberto ao amor!

(No exato momento que parte a barca da dor)

Estou pronta!
não mais entorpecida
Nem tonta e compungida

Já posso amar!

o sol, o vento, a terra e o mar...

Já posso amar!

A VIDA!

Tem vezes que nos entristecemos de graça, com o que não vale a pena, por sermos poetas nos perdemos em afetos que são ilusórios (ou seria apenas por sermos humanos?). Depois sofremos. E, ao descobrirmos isso como mecanismo pessoal, temos duas alternativas: deixar o mar da vida levar os afetos ou então sentar-mos à beira do nosso tear de letras e tecer bordados tristes que serão desfiados em dor após o sol se por no horizonte infinito. Até pode ser bonito, mas não é saudavel, sofrer para escrever é um mecanismo criativo muito, mas muito instável!

Espero que gostem.



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