Muralhas

Data 06/09/2010 17:28:01 | Tópico: Poemas

Hoje me sinto similar a um inseto
Que nasce e morre no mesmo dia;
Uma folha de árvore ressequida
Caída num dia de intenso inverno.

Uma palmeira solitária num deserto
Longínquo, de sol e de praia isento;
Mais um pária perdido, cabelos ao vento,
Sem Virgílio como guia pelo certo.

Construí uma poderosa muralha
Em torno de mim e de minha casa.
Não há vagas oceânicas que a fure.

Mas veio uma brisa paulistana e rara;
Envolveu-me, me beijando a cara
Tanto, que não há muralha...

Que perdure!






Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=149766