Enquanto não mordo outra maçãNada a cobrar, nada a reclamar
Por hora, ficam ternas lembranças
Ao menos até amanhã,
Ao menos ao transcorrer da aurora
Enquanto não mordo outra maçã,
Enquanto a página de tela não se evapora...
O gosto adocicado de nossos passeios
Ilusões de Pasárgada
Dos profusos cafés matinais
Das pisadas calmas na areia
Daquelas tantas praias meridionais
Ah, e os ardores de nossa cama
Em que queimamos vertendo labaredas...
Tudo marcado em fotos, vídeos, LCDs coloridos...
Nada a reclamar, nada a cobrar
Nem ficou dúvida, nem ficou mágoa
E o transcorrer dos dias
Dilacera, sem raiva, até as recordações
Tudo passa indelével, moderno,
Nesta passageira vida iluminada de
xenonEm que há de imperar, por fim, o fim.