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 acontecerData 11/09/2010 17:25:53 | Tópico: Poemas
 
 |  | cata-me vento nesta  cat-woman
 que tento.
 
 vou.
 
 pelos beirais dos telhados,
 
 mesmo a tempo.
 
 ignoro escadas
 em movimento
 em todas as casas
 paradas.
 
 e vou.
 pelas chaminés.
 
 pais-natal sem asas
 e trenós
 aos pés.
 
 e tenho pena
 das renas
 
 todas juntas
 mas tão sós.
 
 mas nem que me fique,
 vou a pique.
 
 mulher-aranha
 
 pela teia estranha
 em que me teces.
 
 por uma unha
 que te arranha,
 
 eu vou.
 
 às vezes
 quase de encontro às tuas preces
 
 num corpete de madonna
 que alguém sonha
 
 e não sabes
 
 mas fazes
 
 (tu também)
 
 acontecer.
 
 
 amanheces
 e eu vou.
 
 pelas portas tortas
 do teu imaginário
 sem me perder
 no meu contrário.
 
 e se me fico e se me vou
 é só porque me vou
 em viagem.
 
 não me culpes da bagagem
 que eu trouxer.
 
 sei lá eu se sou mulher.
 
 se sou estranha
 se  desvio
 ou navio
 ou  mero e pequeno pavio
 da tua nobre façanha
 de viver.
 
 sei que me vou.
 e não me fico
 no querer
 mesmo
 sem nunca o ser
 
 vou por aí
 só para ver
 
 acontecer.
 
 
 
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