Não tente me encontrar

Data 15/08/2007 13:32:06 | Tópico: Poemas

Não tente me encontrar, eu sou assim!
E que às vezes fujo de mim... Covarde...
Estou no quadro ao qual pincelo o fim,
Vendo o torto de mim, que no fogo arde...
~
Não me procure nas ruas, estás longe de mim,
Esta longe de tudo que possa me formar...
Paredes de concreto não dizem de onde vim,
E que às vezes fujo de mim... Sem me encontrar...
~
Não estou demente, mas já fui...
Fui tudo o que eu podia detestar...
Não tenho nem respostas para o que me argúi,
Pois são coisas que já cansei de me perguntar...
~
É, cansei-me de me olhar no espelho, sou fugitivo!
Fujo dos olhares... Dos lugares... Fujo de mim...
Às vezes finjo-me de morto, estando vivo,
Mas vivo sem estar presente em sorrisos de marfim...
~
Então não tente me encontrar, sou flor perdida,
Sou uma flor rara em vasos e jardins...
De cor rubra e pétalas caídas,
Bem longe de você, mas bem perto de fim...
~
Eu sou assim, como poesia não declamada,
Que pela voz fora embargada na despedida...
É, e assim, miseramente profanada,
Sendo surrada, até tornar-se ferida...
~
Então não tente me encontrar em lugares que já estive,
Já estive por lá, e voltei descontente...
Posso considerar-me um vivo que não vive,
Acorrentado nas profundezas de minha mente...



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=15056