
Até (a)o guardar dos cestos(,) é vindima...
Data 05/11/2012 12:59:51 | Tópico: Poemas
| Ainda o mês é Setembro a pender para o Outubro, ainda o tempo diz tudo e decide o maturar das uvas que sempre lembro moerem-se para o lagar.
O relevo, ainda moço, curva o dorso derreado com as uvas que, por fado, são sangue do nosso vinho, da nossa carne, pão nosso, que se reparte ao vizinho...
Ainda as cores são de sempre, extraídas a um Outono a esvair-se em abono no milagre já cumprido, ciclo que promete ao ventre o repouso merecido.
'Inda tudo é tão igual, e porém tão diferente, não é como antigamente, quando em alegres fileiras se assobiava o sinal de carregar as canseiras.
Às costas de homens nobres, fartos cestos escorriam mosto e suor que sabiam o real valor do ouro: nunca a vida chamou pobres aos cultores do Alto Douro!
|
|