Trauma
Data 16/09/2010 07:34:54 | Tópico: Poemas
| Sombrio bosque de flores fechadas e primaveris, que se aninham para ser morada dos pássaros negros, que se escolhem pela intensidade da luminosa dor, que se expandem, uivando como lobos de pele parda.
Extinguem-se-me os fogos na névoa do olhar. Cimentam laços com sangue do cordeiro alado. Visões enlouquecidas em mim. Já não sei mais quem sou. Quem és. Nem o nome do passado obscuro que me lambeu o sono.
Salivo-me perante a lasciva alvorada, que toco indelével nos teus mamilos doces, que amacio com as minhas unhas salgadas na chama, na petrificada nojeira de um dia a mais. Cansado, sempre, pela barulhenta e nauseabunda alheia e negra, onda marítima que me falta, que me trás lembrança, que me atiça a mortalha enegrecida de mais um trauma passado, que recordo na perfeição.
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