E tinha apanhado o expresso, para evitar a palpitação da dor.
Pediu um descafeinado fora de horas, sem açúcar, gesticulado, derramado no chão, confesso, hipotético - quase.
E foi um momento trincado com doce de amoras nos teus olhos, derretido, evidência sem ter base; vertiginoso, sublimado, pouco certo - denegrido. . Em poucas palavras: capas em mote, o corpo sugerido, divulgado que eu não meço. Convidado quando choras na terra que lavras, mordaz universo, elástico; de um azul que me despeço - quimera, fantástico. . Entre tombos, gestos em cor consagrada, desmesurada na respiração, no cântico de lábios rombos - fechados; gelados como os meus. . Domínio. O vento. Segredos em riste. A voz do declínio na saudade genial, no rodopiar do fascínio em despiste amordaçado - fatal. . E a noite fugindo no aroma fugaz. . O amor é inverso a um expresso descafeinado.
rainbowsky
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