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 Amor quixotescoData 19/09/2010 06:56:18 | Tópico: Épicos
 
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 E rangiam madrugadas em dentes
 e rugiam feras em ouvidos
 e por dentro floresciam flores
 e por dentro um sol de amores
 sopravam raios de pendores vãos
 escorridos pelas mãos
 em um reverbero conflito.
 
 E assim, na revolta que sangra
 ao peito, jorro desfeito
 nascendo ao "por-se a dentro".
 
 A vida, lápide impaciente,
 secciona a veia da pobre Sereia...
 que jaz silente à areia
 (pálida, esquálida, cálida e feia.)
 
 Hemorrágica areia trágica deste oceano
 turbulento, venéreo e purulento...
 
 Óh valor imensamente dado! [ao que não tem fundamento!]
 
 Enquanto, à noite, forceja em passo infinito
 ao som um grito parido ao céu.
 
 Que mais é a vida? -Grita o Nada-
 
 Além que um barco de papel à tormenta?
 
 E nós?
 
 Cavalinhos, cavalgando moinhos que ela inventa.
 
 Só mais um murmuro, um último filamento,
 antes de deitar-me para não mais acordar,
 "acordear" com um ponto final pensamento
 o gorjear do que aqui na verdade há:
 
 "Alguém aí tem um band-aid para estancar este imenso hemorrágico sofrimento que acaba de acabar?"
 
 E assim abro um sorriso,
 faço tudo o que é preciso
 quebro o espelho de narciso
 (para ele não se afundar!)
 
 Fico feliz seguindo minha vida.
 
 Quem precisa de ferida?
 Com uma vida viva para gozar?
 
 
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