Réstias de sobrevivência

Data 19/09/2010 15:27:10 | Tópico: Poemas

Foi na pétala da euforia
Que desvendei o meu sonho
Fragrância envolta em mistério

Interiorizei a réstia do esplendor
Sob a óptica da melodia inacabada
Jamais escutada nas margens do pranto

Flor talismã da sintonia
Num brinde que ora proponho
Em oferenda às letras do adultério

Marginalizado pelo olhar sedutor
Égide da imagem retida e fragilizada
Necessitada do omisso encanto

Sortilégio que vitimaria
Aquele imenso retrato medonho
De onde sobressaía um velho minério

Resquícios supridos pela dor
Na herança dessa foto mutilada
Urdida pela espera de não sei quanto

Pode uma flor ser simples mel
Pela ternura e belezas contidas
Mas pode também ser amargo fel
Presente em várias mentes sofridas
Que de seus corpos deixam a pele
Para sobreviverem em suas vidas


António MR Martins

2010.09.19



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