PULSAÇÃO

Data 19/09/2010 21:26:30 | Tópico: Poemas

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PULSAÇÃO

Tum, tum, tum,
Sinto bater
Lá fora, a fúria a crescer.
Tomba a chuva e baila o vento,
Engenhoso desfiar,
E as folhas do desalento,
Que caiem fora de tempo,
Não aprenderam a amar.
Tum, tum, tum,
O céu em brados,
E a retina se contrai
Em violentos afagos,
De raios loucos, irados
Numa moral que se esvai.
Sinto o ébrio do puir
Que arrepia ao destruir.
E a tempestade delira,
Castelos de medo constrói,
Verdade?
Foi sempre a mentira,
Que não sangra, mas dói!
Tum, tum, tum,
E o vento retumba,
A chuva inunda,
E receio o tratado
Deste sentir que me afunda,
De boca e punho fechado.
Como é imane esta pose
Este tum tum de tambor,
Porque dói tanto esta gnose,
Que apelidaram de amor?
É tarde, o sono teima em vir,
E o tum tum do coração é um arfar,
Fecho os olhos dos castelos, a ruir
Para não sentir
Para não deixar...
Sem me partir,
Ferir,
Tombar...

Regensburg
01-10-97
Beija-flor




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