BREVIDADE INFINITA
Data 20/09/2010 14:15:06 | Tópico: Poemas
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BREVIDADE INFINITA
Ela desenhava ao ar um delicado gradil de luar De setas bem pequeninas e ilustradas (ou seriam só as alegrias reflexas da noite iluminada?) Seu andar sacudia o tapete musgo dos prados E seus pés minavam correntes como um arroio do lugar O olhar intenso aparecia de surpresa, longo Como uma serpente ardil e decidida Mordendo meus olhos hipnotizados de camundongo... E era como se eu descobrisse a dor de ser desejado O estupor esganado de ser vítima do amor do predador... ...O olor do tempo deixava atrás um rastro Um recado suave, que se infundia afrescado ao caminhar E eu intuia que o momento era uma reza Que os lábios entreabertos recitavam um ao outro Comunicando, pelo enlaçar das línguas, Sobre a brevidade infinita da vida Abscondida num único beijo estonteante.
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