malva (José Silveira)

Data 22/09/2010 00:18:25 | Tópico: Poemas

flutua em um caderno aspiral
embaixo da banca de limonada
como se procurasse algo para guardar
(deliciosa expectativa)

quando abre os olhos
é como quase o amanhecer
bagunça a razão de ser
com dois olhos
uma boca
uma alma
(com você dentro)

o jeito que olha quando não estou olhando
a maneira que faz rir
lembra como um filho se comporta
quando sua mãe aparece
(é o mais próximo do céu)

numa série de árvores
que delimitam a floresta
se encontrar uma malva no meio delas
é uma erva daninha
se a encontrarmos nesse poema
é uma flor em versos
(como um policial na cena do crime)

o relógio não vai parar
num sorriso de quem acabou de acordar
aguarda no que esse dia se transformou
um esbanjar de força
(sangra todo ano)

O mar segue
ajeitando a vida em seus olhos
(bem debaixo do papel)

Vânia Lopez


Menino do Rio,
eu queria que voce lesse e ficasse com
o poema, foi feito pra voce...
Feliz aniversário! 22/09


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=152062