RENASCE

Data 23/09/2010 00:37:37 | Tópico: Poemas



RENASCE

O tempo que corre
Desata os nós,
Antigos, de nós...
O quimérico, o impossível
Agora é palpável, comestível
Se era escuro, aclarou, reacendeu!

O que a nós nunca prestou
Só ao solo do passado brota
Fica encorpando por lá, arbusto, tronco...
Lembro-me como fosse agora
Aqueles abatidos passos portão afora
Crestando em brasa um fim de história
De uma parábola teimosa, sem fim!

Quero mais, muito mais sendo assim!
Levanta-se o sol trazendo a fresca aurora
Café, leite e pão quente, melão, amora
Minha recordação renitente põe-te ao meio
Por teu rosto aromoso, suave em recheio
Limoeiro aveludado nascendo de teus braços
Teu meninil meneio ácido, impávido
Tudo isso ainda mexe e me cabe...

Nosso embolado enredo ainda se interpenetra...
O calor poderoso da areia da praia
Afogueando teus pés, flama em festa
Fazendo-te risonha a pular-te, fina arte...
Tua imagem corada ao convés
No singrar das ilhas à tarde...

Tudo fora atestado morto.
Mas agora, de um casulo renasce!
Como lua nova, trem que parte...
Ao pleno luzir da aurora, aflora nostalgia
E o triste aquiescer da noite, açoita a saudade...


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=152150