Caminhos atapetados de folhas vermelhas e amarelas, descobrem a luz do Outono, vestindo a cidade de perfumes inebriantes e quadros coloridos.
Passeiam-se pessoas e animais, por entre as árvores despidas, e o sol espreita detrás das nuvens pardas, ameaçando as chuvas primeiras da estação.
Como gumes de facas a invernia rasga os meus olhos, deitados num repouso calmo e aconchegante, nas águas do rio agitado, pelas crinas da espuma.
Cavalos loucos lançam-se, desenfreadamente, no correr das colinas, nuas de flores e de ervas rasas, proporcionando algum calor aos equídeos, que aqui nasceram livres.
E, crianças, acariciam o couro aveludado, dos pequenitos potros, por desmamar, sentindo-se parte integrante da paisagem recorrente e inevitável desafogo.
Pétala a pétala as rosas deixam a nu as suas corolas, e, as flores, fecham-se para o frio, deixando para trás, jardins abandonados e recordações afins.
Jorge Humberto 26/09/10
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